Correio dos Visitantes
«Alguidar, pá, é o seguinte:
Ninguém gosta do Ricardo. Os adeptos não gostam do Ricardo. Os tropas não gostam do Ricardo. Os camionistas só querem mal ao Ricardo. O periquito não gosta do Ricardo. A minha mulher não gosta do Ricardo. O Ricardo está triste e eu próprio estou triste comigo mesmo e com o Ricardo.
Ajuda-me, por favor!»
Ricardo, guarda-redes do Sporting, Montijo
Amigo Ricardo, vá... não fiques triste! Há gente que gosta de ti. Ainda há pouco o Poupas disse publicamente que gosta de ti...
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«Óxenti, tudo bem senhô Auguidá?
É assim, eu sou um dentista brasileiro e quero ir trabalhá pá Portugau. Como é qui eu faço, hómi? Já agora, as portuguesas são gostosonas?»
Ronivaldo Ataíde, dentista, Salvador da Bahia
Ser dentista basta, caro Ronivaldo. No entanto, as portuguesas não são para o teu dente, se é que me compreendes.
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«Caro Alguidar,
tenho um defeito entre muitos outros: não admito que digam mal de mim. Vou-lhe contar o episódio mais recente. Ontem saí de casa rumo ao Algarve com a minha mulher. A certa altura ela acusou-me de ser bastante impulsivo e de, por vezes, agir de maneira incorrecta. Discordei veemente, e para lhe mostrar que ela tinha dito um disparate enorme, encostei à berma e pu-la fora do carro, em pleno Alentejo...
Diga-me com toda a franqueza, serei mesmo impulsivo?»
Aurélio Rodrigues, serralheiro, Famalicão
O quê? Impulsivo o senhor? Nada disso!! Você é o maior, carago! Mas é melhor voltar atrás e ir buscar a sua mulher. Ela pode estar a precisar de si. Não se exalte, entenda isto como um pedido. É que está muito calor no Alentejo...
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«Alguidar,
um dia destes eu estava num centro comercial com a minha camisa de flanela nova e apareceu-me aquele tipo do "Desculpe, posso sujá-lo com azeite?". Eu puxei o braço atrás e espetei-lhe uma sarda nas trombas de modos que até lhe parti a cana do nariz. Será que fiz bem?»
Hermínio Lavarinhas, segurança, Marinha Grande
Fez muito bem, caro Hermínio. Essa gente abusa.